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domingo, 12 de fevereiro de 2017

O ônibus para lugar nenhum

Envelheci tanto nesta viagem
Dentro do ônibus para lugar nenhum
Meus sonhos de infância
Foram expulsos
Como passageiros sem passagem

Aqui não há sol
Não há sertão
Não há canção
Não há luar
Só solidão
E uma mulher
Sem ninguém para amar

Tanta gente se acotovelando
O sol tão intenso
Mas somos tão cinzas
Uns mais acomodados
Dormindo em duras poltronas
Outros em chamas

Tudo poderia ser bonito
Como risada
Do Chaplin criança
Mas está mais parecido
Com um arroto de um Hitler
Com a boca cheia de
Inimigos imaginários

Não sei do que preciso
Para fugir daqui

Seja meu amigo
Conte-me um das suas anedotas
Faça-me esquecer
Que estamos
No ônibus para lugar nenhum.

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