Pesquisa
segunda-feira, 16 de dezembro de 2013
Woody Allen nosso
domingo, 8 de dezembro de 2013
Horóscopo
Não odeie a chuva
Não odeie o calor
Não odeie o vento
Não odeie o escritório
Não odeie os mosquitos
Não odeie os aviões
Não odeie o seu emprego
Não odeie suas férias
Não odeie a TV de domingo
Não odeie a linguagem científica
Não odeie o mau gosto
Não odeie os suplementos culturais
Não odeie os ônibus
Não odeie as bicicletas
↓≠
Pense em algo que não mata
Sonhe com cores e canções
Siga respirando cansado
A Grande Noite virá
Mas o que ela nos reserva
Quem saberá?
Porém o dia foi feito
Para suportar e para amar.
∞
Presépio
Nasceu
uma sabedoria iluminada
As mais jovens páginas do Velho Livro
Dificultam o olvido
Os
humildes pastores vieram
A
família eleita sorri
O
angelical coro
A
sublime cena sublinha.
A
Fraternidade quer varrer
Dos
dias os ódios
Como
quem limpa a casa
Para
torná-la perfumada e agradável.
Estrela
de Belém no Livro e nos livros
Os
que dizem que nasceu a mentira
Não
creem e se desesperam
Os
que dizem que a Verdade foi parida
Profetas da falsidade são.
Estrela
de Belém nos pinheirinhos
Mortes
e guerras nas ruas
Pessoas
apressadas para comprar
Lentas
para refletir
Automóveis
poluem e ensurdecem
Nos
fones modismos musicais
A
razão se atrofia
Os
ódios não saem de moda.
Estrela
de Belém em águas profundas
Velho
menino
Presépio
palestino
Tua
sabedoria é vista
Apenas
por valorosos escafandristas
O
canto de teus anjos
Teus
versos de paz
Aos
ouvidos da humanidade
Por
peixes são declamados...
∞
domingo, 20 de outubro de 2013
Sombras e raios de sol
(Baseado no filme “A
pequena loja dos suicídios”)
Não há cores vivas para pintar
Não há palavras suaves para escrever
Não há galos para acordar o sol
Não há férias no calendário
Não há cansaço do algoz
A infelicidade se senta num trono de fel
±
Mas no reino do desespero
Uma criança nasce sorrindo
E uma família desiste de morrer
E uma cidade opta por viver
Em um outrora impossível renascer
Os suicídios perdem batalhas
Para a alegria…
∞
domingo, 8 de setembro de 2013
Quadrinhas
Quadrinha
do ensinamento
Um poeta popular
Me ensinou que rimar
É fazer a língua namorar
Pra beleza não acabar
Quadrinha
da distorção bíblica
Feliciano disse que o negro é amaldiçoado
Ficando o preconceito justificado
Ele que se considera abençoado
Na Idade Média deve ter estudado
Quadrinha
natalina
Nasceu o Deus menino
Em solo palestino
Se fosse brasileiro seria nordestino
E pregaria a Brasília o amor genuíno
Quadrinha
pra Oswald de Andrade
Oswald botava pra quebrar
Fez uma obra salutar
Sem linguística estudar
Sabia que o preconceito linguístico tem que acabar
Quadrinha
sobre as colônias de exploração
Não sei fazer quadrinha
Mas necessidade eu tinha
De rimar do catador a latinha
Com as caravelas do Caminha
Quadrinha
para Ana Paula
Contigo me casar
Não pôs fim ao nosso namorar
Tentar te encantar
É retribuir teu profundo amar
Quadrinha
do plágio
Se a um grande poeta plagiar
Não vá simplesmente vadiar
Roube para homenagear
E também para reinventar
Quadrinha
do transporte coletivo em Neves
A empresa mudou
O ingênuo acreditou
Esperando estou
Como era tudo ficou
Quadrinha
Americana
Prezado Cristovão Colombo
O teu feito não vale um pombo
Não adianta esconder com um biombo
Que o europeu fez cá um grande rombo
segunda-feira, 2 de setembro de 2013
O grande mestre
O escritor em crise criativa decidiu procurar o grande mestre. Percorreu caminhos íngremes, enfrentou feras selvagens, o frio, a fome e a fadiga até chegar á morada do augusto ancião. Quando finalmente estava diante do supremo sábio, as palavras, tanto tempo sufocadas, saíram-lhe em cascata:
__Mestre, não consigo escrever nada. Os editores me pressionam, mas eu nada consigo produzir. O que farei, se estou em grandes dificuldades econômicas, o que farei, oh sapientíssimo? Dê-me uma fração de tua iluminação!
O esplêndido guru continuou tomando placidamente o suavíssimo chá preparado pelo mais elevado de seus auxiliares. Em seguida, olhou penetrantemente nos olhos do suplicante, abriu um sorriso que emanava a mais sublime sabedoria, ou seja, uma inteligência vizinha da Mente de Deus. Por fim, o mestre, benevolamente, falou á alma desesperada que lhe procurava:
__Eu também estou há muito tempo sem escrever. A diferença entre mim e você é que meus livros de autoajuda vendem bem e eu tenho dinheiro para viver confortavelmente por longos anos.
__Mestre, não consigo escrever nada. Os editores me pressionam, mas eu nada consigo produzir. O que farei, se estou em grandes dificuldades econômicas, o que farei, oh sapientíssimo? Dê-me uma fração de tua iluminação!
O esplêndido guru continuou tomando placidamente o suavíssimo chá preparado pelo mais elevado de seus auxiliares. Em seguida, olhou penetrantemente nos olhos do suplicante, abriu um sorriso que emanava a mais sublime sabedoria, ou seja, uma inteligência vizinha da Mente de Deus. Por fim, o mestre, benevolamente, falou á alma desesperada que lhe procurava:
__Eu também estou há muito tempo sem escrever. A diferença entre mim e você é que meus livros de autoajuda vendem bem e eu tenho dinheiro para viver confortavelmente por longos anos.
segunda-feira, 26 de agosto de 2013
Pequena vida
Em sua pequena vida ainda não conheceu o amor. Ele é uma criança com alguns cabelos brancos. Não viu os jardins flutuantes. Não viu as estrelas beijarem o chão. Não ouviu a Bob Dylan, com o vento e o tamborim. Todos os dias saindo para trabalhar, enxergando as coisas em preto e branco. Sem saber dos peixes que pulam nas redes e dos tesouros que procuram quem seja capaz de possuí-los.
A vida o aguarda. Os carnavais adormecidos não cobrarão juros. Seus solitários planos encontrarão quem possa compartilhá-los. A chuva lavará almas e ruas. A luz entrará por frestas, o que precederá o advento das janelas. Ele nascerá outra vez, muitas vezes tornará a morrer, mas o que importa é que as fotografias do paraíso permanecerão bem guardadas.
A vida o aguarda. Os carnavais adormecidos não cobrarão juros. Seus solitários planos encontrarão quem possa compartilhá-los. A chuva lavará almas e ruas. A luz entrará por frestas, o que precederá o advento das janelas. Ele nascerá outra vez, muitas vezes tornará a morrer, mas o que importa é que as fotografias do paraíso permanecerão bem guardadas.
Não corrigirás
Não corrigirás
Tua miopia e teu astigmatismo
Eternos são.
O mundo para ti é fosco
Usarás lentes grossas
Sustentadas por pesadas armações
Terás as marcas dos óculos em tua face
À Genética pertence a soberania
*
Tua miopia e teu astigmatismo
Eternos são.
O mundo para ti é fosco
Usarás lentes grossas
Sustentadas por pesadas armações
Terás as marcas dos óculos em tua face
À Genética pertence a soberania
*
Mas talvez você tenha outros olhos para ver
Olhos que verão as cores
Em suas melhores versões
Olhos que encontrarão a perfeição platônica
Olhos para estar entre os verdes, azuis, lilases,
Amarelos e amanheceres
Talvez.
Você sempre terá o talvez.
Meditando
Estrelas dentro de mim
Rios de sorrisos
Cascata de nuvens azuis
Nenhum filme do mundo
Pela beleza que há em nossos interiores
Exploradores de nós mesmos
O nada é o tudo
Quando o mundo é silenciado
O que importa é escutado
Raios de suavidade
Estamos dentro da terra
Acima do chão
Dentro da escuridão
Iluminados...
Estrelas dentro de mim
Rios de sorrisos...
Rios de sorrisos
Cascata de nuvens azuis
Nenhum filme do mundo
Pela beleza que há em nossos interiores
Exploradores de nós mesmos
O nada é o tudo
Quando o mundo é silenciado
O que importa é escutado
Raios de suavidade
Estamos dentro da terra
Acima do chão
Dentro da escuridão
Iluminados...
Estrelas dentro de mim
Rios de sorrisos...
quinta-feira, 22 de agosto de 2013
Da solidez
Já disseram que a realidade é líquida
A poesia é feita por palavras
Que relacionadas podem se tornar sólidas
Como a arquitetura
O poema pode ser uma casa
Para o leitor morar
Um abrigo
Mas também um espaço
Para conspirar, respirar, inspirar
Transpirar,conjurar
Uma casa com todas as tecnologias
Confortos e iluminações
Para o leitor ser mais o que é.
A poesia é feita por palavras
Que relacionadas podem se tornar sólidas
Como a arquitetura
O poema pode ser uma casa
Para o leitor morar
Um abrigo
Mas também um espaço
Para conspirar, respirar, inspirar
Transpirar,conjurar
Uma casa com todas as tecnologias
Confortos e iluminações
Para o leitor ser mais o que é.
segunda-feira, 19 de agosto de 2013
Últimos dias
Serão estes os últimos dias
A catástrofe final se avizinha.
Talvez
A vida ainda sopre suas cores
Os mares ainda cantem
E o verde ainda escape do capital
Últimos dias
São os nossos para se anunciar o fim dos tempos
Quando não houver mais tempos
Saberemos deixando de saber
O que pensávamos que sabiamos
Hoje as lutas permanecem
Não é a hora de esperar
A Grande Tragédia
O Caos sempre esteve entre nós
Viver é juntar os cacos
E ás vezes construir belas taças.
A catástrofe final se avizinha.
Talvez
A vida ainda sopre suas cores
Os mares ainda cantem
E o verde ainda escape do capital
Últimos dias
São os nossos para se anunciar o fim dos tempos
Quando não houver mais tempos
Saberemos deixando de saber
O que pensávamos que sabiamos
Hoje as lutas permanecem
Não é a hora de esperar
A Grande Tragédia
O Caos sempre esteve entre nós
Viver é juntar os cacos
E ás vezes construir belas taças.
Caos urbano
Esperou durante muito tempo pela Grande Revelação. Desafortunadamente, o
trânsito o impediu de assistir ao capítulo da telenovela.
Inspiração
Era um poeta que escrevia o que ouvia da boca dos anjos. Infelizmente, muito se
perdia na tradução para língua dos homens.
domingo, 18 de agosto de 2013
O mundo dos seres mutilados
Naquele mundo, naquela galáxia distante de nós, os seres eram todos incompletos. Os cães possuíam três pernas, os crocodilos não tinham cauda, os bois não mugiam, os humanos não tinham braços e assim por diante.
Tudo porque o Criador daquele planeta, não conseguia terminar suas obras. Era um deus problemático, que iniciava os trabalhos, porém não os concluía.
Um dia, o Criador daquele mundo sentiu uma forte depressão, por se sentir um deus incapaz. Os outros deuses zombavam dele, nas convenções dos Seres Supremos.Além disso, ele julgava que o mundo, criado por ele, era feio e triste.
Sentado numa sarjeta de seu mundo incompleto, o demiurgo foi abordado por um mendigo, que naquela terra inacabada não tinha mãos para recolher as esmolas. O pedinte disse:
_Por que está triste, forasteiro?
_Porque sou um criador frustrado, não consigo completar as minhas obras. Todas as minhas criaturas são seres mutilados.
_Mas quem é perfeito?
_Ora, os deuses de outros mundos criam muitas criaturas completas, perfeitas, seres humanos com cabeça, troncos e membros, tigres com caudas, pelos e presas mortais e assim por diante.
_Mas eles lá têm mais partes que nós e nós temos menos que eles e isso que é bonito. Porque os mundos são diferentes e os viajantes, os que podem, vão por aí e descobrem coisas diferentes, nem melhores e nem piores, mas diferentes!
O deus daquele mundo sentiu-se como iluminado e voltou para o seu ateliê de Criação, continuando os trabalhos “incompletos” e rezando para que aquele mendigo tenha razão.
Tudo porque o Criador daquele planeta, não conseguia terminar suas obras. Era um deus problemático, que iniciava os trabalhos, porém não os concluía.
Um dia, o Criador daquele mundo sentiu uma forte depressão, por se sentir um deus incapaz. Os outros deuses zombavam dele, nas convenções dos Seres Supremos.Além disso, ele julgava que o mundo, criado por ele, era feio e triste.
Sentado numa sarjeta de seu mundo incompleto, o demiurgo foi abordado por um mendigo, que naquela terra inacabada não tinha mãos para recolher as esmolas. O pedinte disse:
_Por que está triste, forasteiro?
_Porque sou um criador frustrado, não consigo completar as minhas obras. Todas as minhas criaturas são seres mutilados.
_Mas quem é perfeito?
_Ora, os deuses de outros mundos criam muitas criaturas completas, perfeitas, seres humanos com cabeça, troncos e membros, tigres com caudas, pelos e presas mortais e assim por diante.
_Mas eles lá têm mais partes que nós e nós temos menos que eles e isso que é bonito. Porque os mundos são diferentes e os viajantes, os que podem, vão por aí e descobrem coisas diferentes, nem melhores e nem piores, mas diferentes!
O deus daquele mundo sentiu-se como iluminado e voltou para o seu ateliê de Criação, continuando os trabalhos “incompletos” e rezando para que aquele mendigo tenha razão.
O pianista
O pianista quando toca enche de azul os céus,transforma o Infinito em melodia, civiliza os ódios, torna audível a fala dos anjos, semeia árvores e amores, purifica mares, vence a morte, reinventa a vida, reconstrói a escada de Jacó...
Entretanto, o pianista em sua vida privada é um homem duro e inflexível, que despreza a vida e a humanidade. (Porém, ás vezes chora na solidão)
Ah! Mas quando toca...
Entretanto, o pianista em sua vida privada é um homem duro e inflexível, que despreza a vida e a humanidade. (Porém, ás vezes chora na solidão)
Ah! Mas quando toca...
sábado, 10 de agosto de 2013
O jardineiro
O poeta canta os jardins, as flores, as borboletas, os perfumes...
O jardineiro trabalha cuidando de jardins alheios, trabalha muito, ganha pouco, é analfabeto e não conhece a Poesia. Mora longe e sempre chega em casa exausto. ( Mas sonha que seu neto será Doutor e poderá ler todos os Livros do Mundo)
O jardineiro trabalha cuidando de jardins alheios, trabalha muito, ganha pouco, é analfabeto e não conhece a Poesia. Mora longe e sempre chega em casa exausto. ( Mas sonha que seu neto será Doutor e poderá ler todos os Livros do Mundo)
segunda-feira, 29 de julho de 2013
Por que escrever?
Alguém já disse que escrevemos para sermos amados. Mas o que escrevemos pode desagradar a muita gente, inclusive a nós mesmos. Os professores da área de Letras nos dizem que escrever é uma importante atividade sociocultural. Que a prática da escrita deve ser cultivada, pois só desta forma os alfabetizados irão aprimorar a sua habilidade de produzir textos escritos. Talvez muitas pessoas só escrevam por dinheiro, mas não creio que estes sujeitos consigam ser bons autores.
Eu acredito que escrever, seja literatura, textos teóricos ou argumentativos sirva, realmente, para conquistar admiração alheia, para ampliar nossa capacidade de uso do idioma pátrio, para ganhar dinheiro, pois ,como diz o preceito bíblico, todo trabalhador é digno de receber o seu sálario. Só não acredito que a literatura, a filosofia e a prosa jornalística possam salvar o mundo, porque este, coitado, precisa de reformas amplas e profundas. Talvez o que de principal traga o hábito da escrita seja o exercício de nossa individualidade.
Um texto produzido por nós tem a potencialidade de expressar nossa visão particular do mundo. E assim contribuímos com nossa gotinha pessoal para aumentar o mar do pensamento e da literatura do Universo. Obviamente, uma produção literária ou argumentativa de um indivíduo sofre a influência, consciente ou inconsciente, de inúmeros outros textos, vivências, experiências... Mas a forma como filtramos estas influências e a transformamos em algo inédito é uma maravilha da existência. Pois ao mesmo tempo que escutamos outras vozes, apresentamos a nossa para quem quiser ou possa nos ouvir. Treinar a nossa individualidade é fugir do nosso destino de gado e a escrita está aí para nos auxiliar nesta tarefa.
Pode-se dizer, e creio que muitos já o disseram, que um texto é um tecido composto dos mais distintos fios, que seriam as intertextualidades desejadas, ou não, pelo autor. Se acreditamos que escrever, ou seja produzir textos com sinais alfabéticos, é uma atividade importante, pois então façamos como Penélope que ludibriava os pretendentes indesejáveis tecendo durante o dia e destecendo durante a noite.
Pedindo desculpa ao Bardo cego e aos eruditos, podemos casar o mito da esposa de Ulisses com o que estávamos sustentando. Assim, o ato de produzir e desmanchar uma obra de artesanato, simboliza o caráter essencialmente "inútil" e pessoal da escrita, especialmente da literatura. Podemos comparar Penélope ao escritor, seja ele o laureado com o Nobel, ou o blogueiro desconhecido, ainda mais que as linhas de seu bordado não são apenas suas, mas remontam a um hábito ancestral entre as mulheres, isto é, algo que conta com a coloboração de mil e uma influências . Sua fidelidade ao cônjuge distante é um aviso aos autores, para que estes não traiam seus princípios. Os pretendentes, que buscavam se assenhorar de Penelópe representam tudo aquilo que quer reprimir nossa criatividade, nossa individualidade, como certos produtos midiáticos, certas doutrinações religiosas ou do Estado etc. Para combater, estes que nos querem transformar em gado passivo ,penelopicamente vamos bordando e desbordando, usando de fios nossos e de outros, porém com uma combinação de elementos que será inconstestavelmente nossa. Façamos assim, esperando pelo retorno do guerreiro homérico que, como nos explicou o sublime Bruxo do Cosme Velho, é a Sapiência.
Beleza
Um vento balança as flores
A noite se enfeita de estrelas
Os poetas fazem diamantes com palavras
Quisera escrever um poema bonito
Que balançasse as flores
E enfeitasse o vento de estrelas
Um poema bonito é capaz
De desinventar angústias
E de levitar mentes cansadas
De dizer exatidões por meio de linhas tortas
Os relógios vomitam as horas
As estações se sucedem
Onde está meu poema bonito?
Oh Senhor, por que me abandonaste?
Se eu não sei o que me falta
Qual é a minha falha
Onde me perco
Onde peco
A noite se enfeita de estrelas
Os poetas fazem diamantes com palavras
Quisera escrever um poema bonito
Que balançasse as flores
E enfeitasse o vento de estrelas
Um poema bonito é capaz
De desinventar angústias
E de levitar mentes cansadas
De dizer exatidões por meio de linhas tortas
Os relógios vomitam as horas
As estações se sucedem
Onde está meu poema bonito?
Oh Senhor, por que me abandonaste?
Se eu não sei o que me falta
Qual é a minha falha
Onde me perco
Onde peco
quarta-feira, 10 de julho de 2013
Um mundo a ser criado
O relógio de areia se esgota
Entretanto, há um mundo a ser criado
Estrelas que não são vistas
Estradas para serem consertadas
Luas sem inspirar versos
Hospitais que não curam
Noites sem paz
Escolas que não ensinam
Manhãs sem ânimo
Humanos sem moradas
Verdes que dizem adeus
Vidas que não esperam mais vida
Enquanto o relógio de areia se esgota
Ainda há um mundo a ser criado.
Entretanto, há um mundo a ser criado
Estrelas que não são vistas
Estradas para serem consertadas
Luas sem inspirar versos
Hospitais que não curam
Noites sem paz
Escolas que não ensinam
Manhãs sem ânimo
Humanos sem moradas
Verdes que dizem adeus
Vidas que não esperam mais vida
Enquanto o relógio de areia se esgota
Ainda há um mundo a ser criado.
quarta-feira, 3 de julho de 2013
Triste
Os pássaros cantam
As estrelam cintilam
As flores vicejam
A lua está cheia
Os crepúsculos são coloridos
Os Beatles existiram
Os aviões nos levam para a praia
Mas o que me importa?
Depois de tanto tempo
Depois de tanto tempo
Onde estão meus sonhos de infância?
Manhã que desaba
Tarde, noite, não pedem licença
Tudo tão angustiante
Músicas ao longe
Mágoa, lágrimas tão perto dos olhos
Futuro indistinto do passado
Os erros tão assíduos
A noite deserta de paz
Vacas magras, espigas mirradas
Dias nublados
Calendário: responsabilidades; sete dias úteis
sexta-feira, 7 de junho de 2013
ÀS FLORES DE MAIO
As manhãs tornaram-se mais douradas
O sol mais benigno
Os fardos mais leves
A esperança mais robusta
E os ruídos quase se fizeram música
Graças a teu suave florescer!
domingo, 26 de maio de 2013
A glória
Estava com o grande galardão literário nas mãos. Preparava-se
para ser aclamado. Jornalistas que buscavam a Neymar o atropelaram.
sábado, 20 de abril de 2013
A palavra
Entra na biblioteca e procura
avidamente por um dicionário de língua portuguesa. Deseja, como nunca desejou
outra coisa, o significado de certa palavra. A ânsia pela compreensão deste
vocábulo salta de seus olhos lunáticos. Não revela a ninguém qual é o verbete
almejado, apenas pede à bibliotecária que procure pela letra O no calhamaço.
Letra O de obscuridade e obsessão, como os mais sigilosos desejos
humanos.
(Ana Paula e Erinilton Gomes)
(Ana Paula e Erinilton Gomes)
domingo, 24 de fevereiro de 2013
Django
No filme Django Livre temos a construção de um cowboy.O personagem de Jamie Foxx realiza a transição de um escravo a um pistoleiro livre. Vemos esta transformação nos momentos em que o personagem principal é treinado pelo Dr. Schultz como matador profissional e quando utiliza diversos figurinos até se tornar na materialização perfeita do herói do faroeste americano.
Ou seja, em Django Livre, a liberdade é a liberdade do cinema. Um escravo é livre quando se transforma em um personagem livre do cinema. Tarantino mais uma vez reafirma o seu modo fundamentalmente cinéfilo de fazer cinema.
Ou seja, em Django Livre, a liberdade é a liberdade do cinema. Um escravo é livre quando se transforma em um personagem livre do cinema. Tarantino mais uma vez reafirma o seu modo fundamentalmente cinéfilo de fazer cinema.
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013
O deserto
O senhor Deserto está extremamente feliz. Em breve receberá a visita do seu velho amigo, o senhor Mar.
Assinar:
Postagens (Atom)