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domingo, 8 de setembro de 2013

Quadrinhas



Quadrinha do ensinamento

Um poeta popular

Me ensinou que rimar

É fazer a língua namorar

Pra beleza não acabar

Quadrinha da distorção bíblica

Feliciano disse que o negro é amaldiçoado

Ficando o preconceito justificado

Ele que se considera abençoado

Na Idade Média deve ter estudado

Quadrinha natalina

Nasceu o Deus menino

Em solo palestino

Se fosse brasileiro seria nordestino

E pregaria a Brasília o amor genuíno

Quadrinha pra Oswald de Andrade

Oswald botava pra quebrar

Fez uma obra salutar

Sem linguística estudar

Sabia que o preconceito linguístico tem que acabar

Quadrinha sobre as colônias de exploração

Não sei fazer quadrinha

Mas necessidade eu tinha

De rimar do catador a latinha

Com as caravelas do Caminha

Quadrinha para Ana Paula

Contigo me casar

Não pôs fim ao nosso namorar

Tentar te encantar

É retribuir teu profundo amar

Quadrinha do plágio

Se a um grande poeta plagiar

Não vá simplesmente vadiar

Roube para homenagear

E também para reinventar

Quadrinha do transporte coletivo em Neves

A empresa mudou

O ingênuo acreditou

Esperando estou

Como era tudo ficou

Quadrinha Americana

Prezado Cristovão Colombo

O teu feito não vale um pombo

Não adianta esconder com um biombo

Que o europeu fez cá um grande rombo

 

 

 

 

 

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

O grande mestre

O escritor em crise criativa decidiu procurar o grande mestre. Percorreu caminhos íngremes, enfrentou feras selvagens, o frio, a fome e a fadiga até chegar á morada do augusto ancião. Quando finalmente estava diante do supremo sábio, as palavras, tanto tempo sufocadas, saíram-lhe em cascata:
__Mestre, não consigo escrever nada. Os editores me pressionam, mas eu nada consigo produzir. O que farei, se  estou em grandes dificuldades econômicas, o que farei, oh sapientíssimo? Dê-me uma fração de tua iluminação!
O esplêndido guru continuou tomando placidamente o suavíssimo chá preparado pelo mais elevado de seus auxiliares. Em seguida, olhou penetrantemente nos olhos do suplicante, abriu um sorriso que emanava a mais sublime sabedoria, ou seja, uma inteligência vizinha da Mente de Deus. Por fim, o mestre, benevolamente, falou á alma desesperada que lhe procurava:
__Eu também estou há muito tempo sem escrever. A diferença entre mim e você é que meus livros de autoajuda vendem bem e eu tenho dinheiro para viver confortavelmente por longos anos.