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domingo, 12 de janeiro de 2014

Janeiro


 

As manhãs e as tardes eram azuis

E o coração do homem se acalmava

Pois os desejos tinham

Travesseiros de nuvens

 

Porém o cinza rendeu o azul

O coração do homem

Abraçou a melancolia

 

A vida é um rio camaleão

A transportar cadáveres:

Sonhos, deuses, homens, máquinas

 

Morando na solidão

O homem escreve

Mas é inútil

A poesia é um mar

Encontro de vários rios

Águas nada fáceis de navegar

Inapropriadas para o deleite turístico

 

O homem, funcionário público

Parco salário

Esquecidos sonhos

Profundas frustrações

Tenta se encontrar

Nos mares da poesia

Mas as marés não são piedosas

 

Na vida e na poesia


As respostas são proferidas

Em desconhecidos idiomas


Solitário em sua casa

Indiferente à chuva que cai

Todo entregue

À peleja com as palavras

O homem digita.

 

 

 

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