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domingo, 21 de outubro de 2012

A procissão dos desesperançados

Caminhavam os homens e mulheres pela cidade sem luz. Não havia esperança, nem profetas que conheciam outros caminhos. Ninguém tocava música nas estradas. Poetas não se manifestavam. Algo talvez pudesse acontecer que impedisse que aquelas criaturas caissem no abismo! Se o autor deste relato pudesse ficcionalizar e tivesse criatividade para isso, algo aconteceria: as estrelas embelezariam a noite ou quem sabe os galos soltassem a voz. Mas tudo é silencio, desesperança, copos vazios, chaves sem porta, se ao menos algum deles soubesse o poema E agora José, mas tudo é vazio, desespero. Eu que vos narro tenho que me juntar à procissão desesperada. Os leitores se quedam sem notícias dos que desistiram. Oxalá, jamais se juntem a nós.

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